Crônicas de uma Exploradora do Invisível.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Capitulação


Eu chego perto e, sem chegar,
percebo que não é para ser meu
e não será.
Não até
Que o temor se torne coragem,
o jejum se faça banquete,
pulseiras de torniquetes
e a alma lavada com esta honra
que era para lhe dar.

Não é para ser meu,
e não será
enquanto o que é olhar for da janela,
o que for lembrança lembrar-se dela
e o que for desejo
se parcele em sonho,
em outono,
em saudades do verão.

Não é pra ser meu,
e não será
enquanto não estivermos na mesma sala
E nem será quando estivermos,
mas ambos os corações continuarem lá fora.

Não sou meu.
Por isso é que não é para ser.
Por isso é que te expulso
e evito
sem poder, antes, expulsar é a mim.

Não é para ser meu,
e não será
enquanto o que é paixão for desejo;
o que é desejo for sonho;
e o sonho manter-se
Intocado,
Acima,
Almejado,
Antegozado
E sempre, muito mais
Forte.

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