Crônicas de uma Exploradora do Invisível.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mise en scène


O centro nos meios,
o bico dos seios
nas palmas das mãos.
As unhas nos novelos, as garras nos dedos dos pés pelas mesas agarradas no chão.
A fila do pão, o faroeste-sertão, a vista do outro lado da cabeça, o trem, as portas, a gente sem calão. Os dentes transparentes roendo
o pão, as unhas, as filas e o leite, só as garras que não.

O flerte com o cadete sentado em seriedade a partir das mãos. A boca séria que já morreu, gargalhou, xingou, jurou e bebeu água pelas beiras do palco,
tudo de mentirinha.

A coelha de boca aberta, os maiores dentes do mundo, baba. Simplesmente, àquela boca que ressente, vai saber por quê. Boatos dementes ou molho salgado melado na faca. Esta boca calada, feliz de atormentada; outra, ainda, invisível; mais uma falando da falada; a do lado, enrugada. O flerte mal realizado, risível, imaginário, a boca doce e seca...

Os bicos dos seios bem acomodados, o centro nos meios, palmas na plateia.