Crônicas de uma Exploradora do Invisível.

sábado, 27 de outubro de 2012

Trecho profanado


"(...) Ela escutava, porque era a música que Pietro Crespi a tinha ensinado a dançar. Amanda escutava porque tudo, até a música, lhe recordava Rodrigo.
A casa se encheu de amor. Amanda expressou-o em versos que não tinham princípio nem fim. Escrevia-os nos ásperos pergaminhos que lhe dava Melquíades, nas paredes do banheiro, na pele dos braços, e em todos aparecia Rodrigo transfigurado: Rodrigo no ar soporífero das 2 da tarde, Rodrigo na calada respiração das rosas, Rodrigo na clepsidra secreta das mariposas, Rodrigo no vapor do pão ao amanhecer, Rodrigo em todas as partes e Rodrigo para sempre."