Crônicas de uma Exploradora do Invisível.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Clichê de rotina

Vejo no copo de café meu rosto multiplicado em bolhas
como os cem olhos de uma aranha assassina
Vou em frente, termino de beber
e tudo é esquecido no vazio.

Desculpas

Desculpa se te amo pouco
E calado, de cara fechada
É porque meu amor tem déficit de atenção.

É porque estou vivo e morto
E moro aqui e lá
É porque tenho dois chips sem sinal

E quando era criança já tinha alma de velho
Mas hoje estou numa nostalgia horrorosa
Assistindo a velhos desenhos pelo youtube

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Percebi que a felicidade anda menor
Você a quebra em pequenos momentos de alegria e os chupa
Como uma bala vendida pelo ambulante no engarrafamento
Esperando chegar ao destino íntegro
E com bom hálito.

Leste, oeste e sul

Ah, que pessoa terrível
Vou me tornando
Quanto mais distante
me afasto de mim.

Porque não tem Word

O mísero bloquinho de folhas brancas
coalhado de anotações esparsas
calculando se é amor verdadeiro
e resistente até o fim

Chovem então umas lágrimas amargas,
Pois com todas as suas vilezas somadas
não há alicerce que se sustente.