Crônicas de uma Exploradora do Invisível.

sábado, 26 de novembro de 2011

Premeditado

Toque-me com a ponta dos seus dedos.
É só isso que peço de você.
E como um pedido sempre leva a outros mais, para o caso daquele primeiro frustrar ou ceder,

Olhe-me com todos os seus olhos,
Deixe que eu cresça nas suas íris,
Seja ocupante da sua mente.
E sinta isto mesmo que manifesto te pedindo tanto
E tão muito.

Deixa eu ver um pouco de você, assim mesmo, pálido de escuridão.
Deixa eu cuidar de você, corrigir sua postura, ser boa contigo.
Deixa eu te gostar sendo chata.
Te encostar e ser firme.
Deixa eu te fazer um filme,
Ser dona do seu sorriso reservado.
Aceita me estender seus braços pra eu poder desmoronar um pouco.
Seja corajoso e abra essa brecha.
Eu sei que caibo.
Se não, minha vontade me esquenta, me derrete e me ajuda a escorregar.

Deixa o beijo ser seu.
Deixa essa tensão trimestral aliviar.
Permite a você me olhar
E olhar e olhar e mais!
Adiciona as pontas de um único gesto na direção do que você quer.
Queira.
No seu ouvido eu murmuro.
Me queira.
Sem falar em futuros, em anos que vêm, em famílias ou times de futebol.
Sem nada mais do que a sua permissão.

E toque-me
Com toda a extensão
 dos seus lábios.

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